
Luft, escritora, trouxe uma boa discussão nessa matéria ao questionar, a capacidade do ser humano para a sordidez, a humilhação do outro, o mal. A tendência para a violência demente, não para a conciliação e a humanidade. Para a destruição, não para a criação. Para a morte, não para a vida.
A autora questiona quem é esse que aguarda a garfe alheia para se divertir? Que fica feliz diante da desgraça alheia? Se o outro é traído pela pessoa amada, consola-o falsamente, mas espalha isso depois aos quatro ventos.
O porco em nós fala muito mais alto, quando damos mais ouvidos ao comentário maligno do que ao construtivo. Quando desgostamos tanto do outro que não lhe acolhemos a felicidade, algum tipo de reconhecimento ou sucesso. Quantas pérolas são ditas como "Ela é bem bonita, mas quanto preenchimento, botox e quanto lipo...".
Quem é essa criatura em nós que não tem partido nem conhece lealdade, que ri dos honrados, debocha dos fiéis, mente e inventa para manchar a honra de alguém que está trabalhando pelo bem?
Essa coisa em nós sufoca o anjo quando detestamos o bem do outro. Quando atiçamos sobre alguém desconfianças e suspeitas. Como pode este se dá bem, ver seu trabalho reconhecido, ter aplauso e admiração. Quando reforçamos essa falta de talento.
Queremos a fogueira, cheirar fezes, causar medo, provocar sangue. Apesar de nem todas as pessoas agirem assim. Mas a maioria de nós tem mentalidade de porco, ah!, isso tem. Pessoas covardes, medíocres com um inimaginável e poderoso monstro dentro de si.
Nem todos conseguem domesticar isso. Como se pode ser um profissional honesto, bom pai, filho amoroso, sendo um caluniador, por exemplo. A sordidez e a morte cochilam em nós.
Luft, não acredita que somos bonzinhos que só por acaso destilamos nosso fel feito de palavras ou aço. Esses traços de sordidez e perversão animam o porco, violento e covarde fazendo chorar o anjo em nós. Aí, só resta dizer oinc! oinc! Abraços.
BIBLIOGRAFIA
VEJA, revista. A sordidez humana. Editora Abril, ed. nº 20, pag. 24, 2009.
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