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sexta-feira, 29 de maio de 2009
Só um lembrete de Quintana
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Homem e mulher num misto de anjo com porco

Luft, escritora, trouxe uma boa discussão nessa matéria ao questionar, a capacidade do ser humano para a sordidez, a humilhação do outro, o mal. A tendência para a violência demente, não para a conciliação e a humanidade. Para a destruição, não para a criação. Para a morte, não para a vida.
A autora questiona quem é esse que aguarda a garfe alheia para se divertir? Que fica feliz diante da desgraça alheia? Se o outro é traído pela pessoa amada, consola-o falsamente, mas espalha isso depois aos quatro ventos.
O porco em nós fala muito mais alto, quando damos mais ouvidos ao comentário maligno do que ao construtivo. Quando desgostamos tanto do outro que não lhe acolhemos a felicidade, algum tipo de reconhecimento ou sucesso. Quantas pérolas são ditas como "Ela é bem bonita, mas quanto preenchimento, botox e quanto lipo...".
Quem é essa criatura em nós que não tem partido nem conhece lealdade, que ri dos honrados, debocha dos fiéis, mente e inventa para manchar a honra de alguém que está trabalhando pelo bem?
Essa coisa em nós sufoca o anjo quando detestamos o bem do outro. Quando atiçamos sobre alguém desconfianças e suspeitas. Como pode este se dá bem, ver seu trabalho reconhecido, ter aplauso e admiração. Quando reforçamos essa falta de talento.
Queremos a fogueira, cheirar fezes, causar medo, provocar sangue. Apesar de nem todas as pessoas agirem assim. Mas a maioria de nós tem mentalidade de porco, ah!, isso tem. Pessoas covardes, medíocres com um inimaginável e poderoso monstro dentro de si.
Nem todos conseguem domesticar isso. Como se pode ser um profissional honesto, bom pai, filho amoroso, sendo um caluniador, por exemplo. A sordidez e a morte cochilam em nós.
Luft, não acredita que somos bonzinhos que só por acaso destilamos nosso fel feito de palavras ou aço. Esses traços de sordidez e perversão animam o porco, violento e covarde fazendo chorar o anjo em nós. Aí, só resta dizer oinc! oinc! Abraços.
BIBLIOGRAFIA
VEJA, revista. A sordidez humana. Editora Abril, ed. nº 20, pag. 24, 2009.
sexta-feira, 15 de maio de 2009
As sete mulheres no inferno
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Blogueiro e texto. Dois em um.


Quando estamos expondo a escrita precisamos ter em mente que escrevemos para alguém. Este vai ler nossas idéias em outro lugar pelo qual nem sempre poderemos manifestar-nos. Nosso leitor fará a leitura de acordo com sua bagagem, pontos de vista, circunstâncias e os seus propósitos. Nossos pensamentos podem ser entendidos de outra maneira, sim. Daí, porque o texto deve ser um todo, um conjunto de palavras que formam sentido. É o autor quem sempre anima a idéia do texto. Isso pede treino e alguns aspectos da linguagem que serão tratados em outro momento aqui.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
De deusa, linda, fonte de mel à cachorrinha, tchutchuca, atoladinha. Cadê o romantismo?
Década de 30 "Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa! Do amor por Deus esculturada. És formada com o ardor da alma da mais linda flor, de mais ativo olor, que na vida é a preferida pelo beija-flor...."
Década de 40
"A deusa da minha rua, tem os olhos onde a lua, costuma se embriagar. Nos seus olhos eu suponho, que o sol num dourado sonho, vai claridade buscar"
Década de 50
"Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça. É ela a menina que vem e que passa, no doce balanço a caminho do mar. Moça do corpo dourado, do sol de Ipanema. O teu balançado é mais que um poema. É a coisa mais linda que eu já vi passar."
Década de 60
"Nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito não é maior que o meu amor, nem mais bonito...”
Década de 70
"Foi assim... como ver o mar...a primeira vez que os meus olhos se viram no teu olhar...Quando eu mergulhei no azul do mar, sabia que era amor e vinha pra ficar..."
Década de 80
"Fonte de mel, nos olhos de gueixa, Kabuki, máscara. Choque entre o azul e o cacho de acácias, luz das acácias, você é mãe do sol. Linda sabe viver você me faz feliz...."
Década de 90
“Agora vem pra perto vem, vem depressa vem sem fim dentro de mim que eu quero sentiro teu corpo pesando sobre o meu vem meu amor vem pra mim,me abraça devagar,me beija e me faz esquecer".
Ainda na década de 90 Bota a mão no joelho. E dá uma abaixadinha. Vai mexendo gostoso, balançando a bundinha. Agora mexe vai, Mexe, mexe mainha. Agora mexe, Mexe, mexe lourinha. Agora mexe, Mexe, mexe neguinha. Agora mexe Balançando a poupancinha.
Em 2001 "Tchutchuca! Vem aqui com o teu Tigrão. Vou te jogar na cama e te dar muita pressão! Vem... “Vem Tchutchuca! Linda, senta aqui com seu pretinho vou te pegar no colo e ti fazer muito carinho...
Em 2002 Abre as pernas, faz beicinho, vou morder o seu grelinho....Vai Serginho, vai Serginho....
Em 2003
"Vou mandando um beijinho. Pra filinha e pra vovó. Só não posso esquecer. Da minha Eguinha Pocotó Pocotó, pocotó, pocotó, pocotó. Minha eguinha Pocotó!Pocotó, pocotó, pocotó, pocotó. Minha eguinha POCOTÓ...."
Em 2004 “Ah! Que isso? Elas estão descontroladas! Ah! Que isso? Elas Estão descontroladas! Ela sobe, ela desce, ela da uma rodada, elas estão descontroladas! Ela sobe, ela desce, ela da uma rodada, elas estão descontroladas!...”
Em 2005 “Hoje é festa lá no meu apê, pode aparecer, vai rolar bunda lele!!! Hoje é festa lá no meu apê, tem birita até ao amanhecer”
2006 “Tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha!!! Calma, calma foguetinha!!! Piriri Piriri Piriri, alguém ligou p/ mim, Piriri Piriri Piriri, alguém ligou p/ mim !!!”
Ainda em 2006 Vai dá tapinha na bundinha. Vai que eu sou sua cachorrinha.Vai que eu tô muito assanhada. Vamos da uma lapadinha só se for na rachadinha.
Oh, my god! Não é à toa que o romantismo está cada dia mais distante das pessoas. Não precisa ser um grande poeta como foram os da 1º, 2º e 3º geração romântica no Brasil. Daí, a tratar alguém ou algo como "cachorinha", "assanhada", "foguetinha", "descontrolada", "grelinho", "bunda lele" é estimular a infidelidade, hein?!. Depois não reclama. A música tem o poder de extrair as coisas boas e ruim das pessoas. A escolha é livre, mas a colheita é obrigatória. Sem amor, tudo fica muito pequeno, pobre, incerto. Pense nisso. Abraços! Sheila.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
No caminho com Maiakowski

Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão e não dizemos nada.
Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.
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* Os versos acima são, tradicionalmente, atribuídos a Maiakowsky, embora muitos garantam que essa atribuição não é verdadeira, fazendo parte de um poema do brasileiro Eduardo Alves da Costa.